Os resultados de um estudo global que identifica desafios para adequar o capital humano ao plano estratégico

By Leonardo de Souza

Originalmente publicado no itforum

Um estudo global conduzido pela consultoria de seleção de executivos Boyden junto a mais de 500 executivos, entre presidentes, membros de conselho e outros lideres seniores, revelou uma preocupante estatística: a maioria dos executivos não está plenamente confiante de que sua empresa possui os talentos certos para entregar os planos estratégicos previstos para os próximos dois anos.

Um percentual de 77% das pessoas pesquisadas entende que, a partir de 2022 e durante os dois anos subsequentes, haverá crescimento nos negócios de suas empresas. Na América do Sul, este número chega à 88%.

E como as empresas imaginam “endereçar” o desafio de não terem os talentos certos para atender suas expectativas de crescimento?

Através de duas ações:

A primeira: para mais de ¾ das empresas, a principal ação é o investimento no desenvolvimento das habilidades de liderança para os profissionais de alto potencial.

É interessante notar que o comportamento apontado como o que merece maior destaque para os investimentos em desenvolvimento de liderança é a Comunicação.

É bastante razoável afirmar que as restrições geradas pela pandemia tiveram um forte impacto na sensibilidade de que há espaço para um aperfeiçoamento da comunicação nas organizações.

A mudança foi extremamente radical, praticamente de um dia para o outro os lideres precisaram aprender a lidar apenas virtualmente com o time e, ao longo dos meses que se seguiram, a gerenciar a performance e não a presença das pessoas.

Um outro fator está relacionado ao pênalti que a pandemia trouxe ao dificultar a comunicação pessoal, decididamente mais rica, com mais nuances e camadas do que a comunicação virtual.

Portanto, o fato da pesquisa identificar a intenção das empresas em investir em iniciativas para aprimorar a comunicação é um forte indicio de que nem todos os líderes e empresas se saíram bem ao lidar com este desafio.

A segunda ação, importante para 66% dos respondentes, é a contratação de novos talentos externos. Agora, sobre o perfil destas eventuais novas contratações, há uma novidade interessante.

De acordo com a pesquisa, a prioridade imaginada pelos executivos para as novas contratações são posições relacionadas a atividades de Vendas&Marketing. Até aí, vida como sempre foi: em uma perspectiva de crescimento, as empresas investem em novos e melhores conexões com seus clientes.

A novidade é o surgimento de posições relacionadas as áreas de Tech&Digital em segundo lugar na lista de prioridades para novas contratações.

Há até bem pouco tempo atrás encontraríamos Finanças ou SupplyChain no topo desta lista de prioridades e, certamente, encontraríamos justificativas plausíveis para posicioná-las no alto do ranking.

O ganho de importância de cargos relacionados à Tech&Digital, destacado em uma pesquisa global e multissetorial, representa a ampla mudança no cenário de negócio para a maioria das empresas em todo o mundo e a solidificação de que sem inovação e sem tecnologia os planos de crescimento simplesmente não podem ser atingidos.

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